sábado, 6 de novembro de 2010

Missão

Como foi? Foi assim! Foi sim!
Ouvia as batidas do coração.
Seguia-o qual cordeiro ao pastor,
As batidas eram fortes – retiniam.

Longa caminhada percorri,
Só, não estava, nunca estive.
O chamado, mais forte inda se ouvia,
Quanto peso, a deixar pelo caminho.

O tempo passa, o chamado não,
Cada vez mais alto, chega o peito doe.
Mesmo, todos juntos, o chamado é uno,
Muitos ficam, poucos vão – é vocação!

Eu tô convencido, em ouvir sou “bom”,
Segue, diz Ele, segue teu caminho.
O coração bate qual maior trovão,
Ao ouvir eu corro – distancio não.

Aproxima-se a hora, agora ou não,
Eis que surge ela, silenciosa e bela.
Trava-se a luta – pobre corpo, em vão,
Todos olham imóveis, é agora ou não.

Tanto quanto é bela, tez morena ela tem,
Olhos negros, andar suave qual pluma.
Eu debatia, dia e noite, tréguas não dava,
As batidas, agora, já perdem o vigor.

Mas eu luto, olho à frente,
Trilha aberta, ela, vejo então.
Já não se esconde – reluzente está,
Eu, pobre de mim, lutar pra que, em vão?

E meus sonhos, qual fumos negros,
Sobem, sobem, aonde vão, sei não.
Ela firme está, astuta e bela,
Exala o perfume do amor – horror!

Eu inda sonho, tolo e débil,
Deus, onde estará agora – grito.
Só ela vejo, só ela penso, só ela sinto,
Abandonado? Jamais, Ele é pai!

Não sou tão forte – apieda-se,
Perdi o rumo, surdo fiquei – apieda-se.
Do peito, vem o silêncio – traidor,
Calou-se qual alcoviteiro mor.

E agora, que faço eu – soluço,
Ela, pouca distância mantém – auscuta-me.
Feitiço, sedução, que arma agora,
Qual morto caio e o chão não sinto.


Distância, agora não há, ampara-me,
Mãos mornas, odor silvestre, calor intenso.
Não luto mais, forças não tenho,
Entrego-me. Apieda-se de mim, oh Deus!

Se lá, ou cá – o que importa,
Onipresente, sempre, Ele está.
Deu-me qual prenda, deu-ma qual dádiva,
Dois, já não somos – o amor venceu!

Os sonhos, nunca morrem – adormecem,
A fé não se acaba – transmuda.
A trilha, pra ela agora aponta,
Caminho único? Não! O escolhido sim!

Pra trás, ficou o tempo,
Maduros, caminhantes – juntos sempre.
Os frutos, são três, qual trindade,
Carolina, Ana Clara e Francisco,
Ao chamado, atendi; padre, agora sou. Amém!

Autor : Conde

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