sábado, 6 de novembro de 2010

A Casa do Alto

Aquela casa, quantas lembranças,
De altura impar, vista do longe.
Lá estava aquele teto singular,
O que se encerra no seu ventre,
Jamais saberão – Silêncio.

As paredes espessas e opacas,
Esconderam uma vida – seus reveses.
Poupados, os que ali habitaram,
Sofreram o mal do silêncio – Maldição !

Se grito se ouvissem, salvos seriam,
Mas nada se ouviu daquelas alturas.
Ah, que casa singela, diziam os outros,
Ali mora o amor e suas mazelas.

Mas a casa é segura – sobre rocha
Se sustentam, diriam os amigos.
Enganados ? De certo que não – tolos !
Que casa é segura com tanto silêncio ?
Ruiu e foi ao chão, a casa do alto.

Ninguém ousa crer – não é possível !
Tão sólida, tão serena – exemplo.
Os escombros ao chão, o choro ao longe,
Se escuta – o silêncio foi vencido.

Todos acorrem em direção a casa,
Ainda têm vida os que lá viveram.
Não crêem, não aceitam, não choram !
Se erguerá por si só – grita alguém.

E assim foi feito – silêncio mortal,
O choro era forte, quase perene.
O silêncio foi vencido – quanta dor provocou,
Mas a casa tem vida – sobrevida terá !


Nos primeiros instantes não se tem força,
Imóveis – quase inertes os que lá,
Se calaram !
E o tempo parou. Conspirou contra todos,
Imóvel, parece recusar-se a crescer.
E as vidas ? Continuam seus cursos,
Rumo a morte – talvez a FELICIDADE !

Autor : Conde

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